SIPARUNACEAE

Siparuna reginae (Tul.) A.DC.

LC

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre nos estados de Roraima, Pará, Amazonas, Rondônia, Ceará, Bahia, Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro (Peixoto, 2012); entre 80-1200m de altitude (Renner; Hausner, 2005).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie amplamente distribuída no território brasileiro, ocorrendo inclusive em boa parte da região Amazônica.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Prodr. 16(2): 654. 1868. S. reginae é uma das poucas espécies deste gênero a atingir um tamanho considerável. Aproxima-se de S. bifida da qual difere-se nas nervuras foliares, face abaxial da folha densamente pubescente, maior dimensão das inflorescências, flores e frutos (Renner; Hausner, 2012). Nomes populares: "Negramina" (Peixoto, 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Utilizada para fins medicinais (Renner; Hausner, G., 2005).

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Em análise estrutural da vegetação arbórea em três fragmentos florestais na Reserva Biológica de Poço das Antas, no estado do Rio de Janeiro, S. reginae ocorreu apenas em dois fragmentos (II, III), no segundo fragmento com uma área de 5.750m² foram amostrados 8 indivíduos, e no terceiro com 6.500m² foram amostrados 6 indivíduos (Pessoa; Oliveira, 2006). Em floresta estacional semidecidual montana, em Viçosa, Minas Gerais, foram amostrados 10 indivíduos em uma área de 0,5ha (Silva et al., 2004). Na RPPN Feliciano Miguel Abdala, em Caratinga, Minas Gerais, em fragmento de mata atlântica semidecídua, foram amostrados 10 indivíduos em uma área de 3 hectares (Santos, 2007).

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual (Peixoto, 2009).
Habitats: 1 Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3 Shrubland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Caracteriza-se por arvoretas ou árvores, podendo atingir de 5-22(-40)m de altura; monóicas (Renner; Hausner, 2005); terrícolas (Peixoto, 2012); perenifolia, com brotação (floração e frutificação) contínua e sindrome de dispersão zoocórica (Santos, 2007); tolerante à sombra (Armando et al., 2011).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​Nativos equatorianos (Waorani) fervem suas folhas e casca para a preparação de um banho no tratamento da febre (Renner; Hausner, 2005).